segunda-feira, 20 de julho de 2009

História do boneco 2

Hello hello,

mais uma historinha:



Henri sempre foi muito curioso e cheio de excentricidades. Tinha uma perna mais forte que a outra, bigodinho de português, piercing no nariz, chapéu de Sherlock Holmes, lutava box, dançava zunk, vestia uma calça meio torta de cor verde, tinha um par de sapatos pretos, estilo social, mas não parecia com nada, não lembrava ninguém. Precisava descobrir seu talento, para chegar em algum lugar.

Sempre teve paixão pela vida, pelas palavras, pelo sorriso e pelo brilho nos olhos das pessoas. Seu desejo era conquistá-las de alguma forma, mas como fazer isso? Qual seria o nome da profissão que cativa as pessoas? Podia ser locutor de rádio, ser apresentador de algum programa de TV, de repente vender flores na Dr. Arnaldo, ou ser caixa em algum restaurante fastfood. Só que ainda era pouco, precisava tocar as pessoas.

Henri é um sonhador, sempre imaginou que poderia alcançar as estrelas se pensasse grande, mas tinha que aprender a perceber a natureza das coisas ao seu redor, descobrir como fazer para relacionar a beleza do brilho das estrelas com a vida cotidiana das pessoas.
Sua curiosidade sempre trouxe várias formas de conhecimento em sua vida, suas ideias sempre foram fortes, impactantes, mas precisava projetá-las em algum lugar, descobrir essa função, e entendeu que comunicar algo era sua principal característica, já que conseguia decodificar as coisas. Entrou na faculdade, queria ser publicitário.


A universidade trouxe diversas qualidades nas formulações de seu pensamento, era um incrível canal de aprendizado. Através do campus, dos amigos e dos professores, descobriu a igualdade entre as pessoas, e percebeu o valor imenso que elas têm na vida, e como elas podem mudar e ajudar umas as outras a dar grandes passos em busca dos sonhos.

Em determinado momento, Henri sentiu que precisava dar um grande passo, estava seguro e pronto. Ele acreditava que estava no melhor momento da sua vida, e queria tomar grandes decisões, projetar seus pensamentos para atender novas demandas na sua jornada. Estudando retórica e algumas figuras de linguagem viu que Napoleão sempre dizia que a repetição era a melhor fórmula de persuasão e entendimento; assim, acreditou que na prática a repetição e o exercício de seu conhecimento poderia fazê-lo crescer, para que conseguisse chegar onde queria. Henri estava decidido, precisava de experiência, adquirir a profissão propriamente dita.

Durante as férias da faculdade, conseguiu realizar uma viagem para o interior, no meio de várias fazendas. Foi sozinho e conseguiu se hospedar na casa de alguns fazendeiros que moravam por ali, queria descobrir mais sobre seus anseios e sobre sua vida. Ele resolveu dar uma volta de bicicleta em uma longa estrada de barro , e foi então que percebeu que estava perdido e não sabia mais qual era o caminho de volta para a fazenda.

Havia saído de manhã, já estava há horas pedalando pela região. Nesta mesma estrada não havia sinalização, não haviam pessoas, era um local muito isolado. Quando já estava quase entrando em desespero encontrou um lavrador por entre várias plantações de alface. Era senhor Divino, 65 anos, e que sempre morou por ali, naquela região. Não conhecia a cidade, nunca assistiu TV, ou ouviu rádio nem comeu em algum restaurante fastfood, mas conhecia a terra, definia o calor do sol como a esperança de um dia novo, e o plantio de toda aquela região era fruto de seu trabalho.

Foi senhor Divino que orientou Henri naquele dia, e foi este mesmo senhor que ensinou grandes valores sobre a vida e também sobre a simplicidade que é viver a vida. Voltando para a fazenda, com a ajuda de senhor Divino, depois daquele incrível experiência, Henri olhou para o relógio, eram 1h41 da tarde. Ficou com aquele horário na cabeça, uma hora que marcou aquele momento especial na sua vida, pois exatamente nesse horário que ele se deu conta de como muitas vezes na vida, as pessoas simplesmente se esquecem da hora, de como o tempo era relativo: longo ou curto de acordo com a visão das pessoas; mesmo que teoricamente o tempo corresse igual para cada indivíduo, igual em cada ponteiro de relógio ou a cada simples apitar de um despertador... Foi exatamente nesse momento que Henri se deu conta que cada ser humano era diferente e que cada minuto podia ser diferenciado.


O momento em que se encontrava perdido, por exemplo, parecia ser longo, demorado, mas na verdade, passara rápido. Eram somente 1h41 da tarde e quando ele saiu da fazenda devia ser por volta das 11h da manhã. Esse era o segredo, passar seu conhecimento de maneira diferente, algo que afetasse cada pessoa de uma maneira, independente do tempo que corresse. Algo que realmente ficasse marcado, seja com uma palavra, uma frase, alguns desenhos ou até uma história.

O senhor Divino ao explicar a Henri o caminho de volta contou também algumas curiosidades sobre o lugar e isso ele jamais iria esquecer. Quais curiosidades? Diversas, que nem cabem em poucas folhas de papel, mas que certamente caberiam em suas futuras ideias e em suas lembranças eternas. Simplicidade, vontade, criatividade e coragem seriam o lema de seu trabalho, pois assim que voltasse para a capital ele estaria empregado, e junto a 141 Soho Square o seu futuro seria traçado.

Henri Conqueri

2 comentários:

  1. Olha nossa galera que linda! rsrs

    Que orgulho!

    Boa sorte galera!

    Abraço,

    Diogo Abdalla

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  2. POisé muito bom ter esse momento registrado, esse dia foi dez milhões!!!
    Boa sorte a todos!!!

    @felisbertow

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